Rumiko Takahashi – Urusei Yatsura

Começando a minha jornada para ler e registrar todos os trabalhos possíveis de uma das minhas mangakas favoritas – Rumiko Takahashi. Venho falar primeiramente da obra que a lhe colocou no mapa, Urusei Yatsura.

Por ter uma formula episódica, Urusei não tem uma história em sim, mas tem um contexto sobre quais as diversas aventuras vão se passar: Para impedir a invasão a terra Ataru “melhor personagem desse gênero de manga” Moroboshi terá que fazer um jogo de pega-pega com a filha do chefe dos invasores Lum.

Ele sucede em capturá-la, porém por um mal entendido, ela acha que ele quer se casar com ela, e aceita sua proposta, assim se tornando sua esposa. O que para Ataru, que é um espírito livre e uma pessoa com muito amor para dar, isso é, adora ir atrás de qualquer garota no seu raio de visão, qualquer uma.

E é assim que se começa a grande maioria das confusões do manga. Ataru quer uma garota, Lum não quer que ele vá atrás de garotas, e junto a isso entra uma gama enorme de personagens secundários que são influenciados por isso, sejam eles alvos de Ataru ou rivais dele.

Falando em Ataru, ele é o grande porque desse manga funcionar tão bem, um dos grandes motivos disso é o fato dele não ser apenas reacionário, e sim sempre toma suas ações primeiro, ele quer as garotas, sabe que vai se dar mal por isso, mas nada o impede de sempre, SEMPRE, tentar pegar um peitinho, roubar um beijo, dar uma passadinha de mão e por ai vai.

Isso entra o segundo fato, ele tenta, tirando a Lum que tem um amor cego por ele, nenhuma das garotas quer ele perto, ele é um perdedor, pervertido, pobre, p-feio, não tem motivo para as garotas gostarem dele.


Agora, falando da contraparte moderna de Urusei Yatsura, To Love-Ru, que quando se fala de contexto é muito parecido, lá temos um principal que é um perdedor, mas mesmo assim tem milhões de garotas se tacando nele, e o pior te tudo, ele sempre foge disso, parece que ele não quer as garotas se tacando nele.
E isso é algo muito presente nesse tipo de gênero, uma personagem principal que apenas faz as coisas baseado nas ações que acontecem com ela, isso faz vir o pensamento que os criadores querem que o foco seja as garotas, mas como você vai gostar de uma personagem feminina que se joga aos braços de um mero boneco que não faz nada.Isso faz com que o personagem fique muito fraco, mesmo usando as desculpas de “sexo é visto de forma diferente lá” que eu sempre uso nesses casos, faz o personagem ficar raso.Por fazer o Ataru ser uma personagem que vai atrás daquilo o que ele quer, dá muito mais profundidade a heroína Lum, que tudo que ela quer é que ele não faça isso, que fique com ele e diga que a ama, esse ultimo em especial levando a o épico arco final.

Outro ponto muito importante desse tipo de manga é o seu cast secundário, que está ali para colocar um tempero de variação na ação central, que é Ataru ir atrás de peitinho. Isso é feito muito bem, com um cast composto principalmente de garotas, todas para Ataru tentar diferentes rotinas de tentar pegar peitinho e acabar tomando choque. Os homens da trupe normalmente são rivais no seu caminho para pegar peitinho, ou rivais de seus rivais que de qualquer jeito acabam entrando no seu caminho de pegar peitinho, já disse que ele gosta de pegar peitinho?

O grande problema com os secundários, e assim um dos problemas com o manga, é falta um desenvolvimento deles, e um final. O manga acaba sendo finalizado ainda em status quo, sendo que anteriormente parecia que as pontas soltas de cada um deles séria fechada, mas isso acaba ficando de lado no arco final.

Quanto ao status quo, é algo que eu particularmente não gosto. Para aqueles que não sabem, status quo é quando uma obra não muda, pegue Os Simpsons, por exemplo, está passando a mais de 20 anos, já tiveram diversos natais e halloweens, porem no mundo deles o tempo não passou, ou passou muito pouco, em Urusei acontece o mesmo.

É uma técnica que tem o seus pontos fortes, mas sempre acaba sendo algo que vai contra a evolução das personagens, em favor de repetição de piadas, nunca chega a ser um problema aqui, visto que sempre tem um arco ou uma personagem nova para deixar as coisas frescas.

Urusei Yatsura foi um manga que fiquei muito feliz de ler, ainda não posso falar como se compara as outras obras da Rumiko, mas com certeza é um forte concorrente.

PS: O enorme anime (195 episódios – 12 Ovas – 6 filmes) vale uma recomendação junto com o manga, ele difere bastante do manga, tendo várias partes originais, algo que fica fácil pela natureza episódica, e tem algumas partes que tem um foco legal no romance, o que o manga acaba não tendo tanto.